segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crendices e Mediunidade

Alírio de Cerqueira Filho
A maioria das pessoas leigas quando ouve falar de mediunidade tem reações diversas.
Existe o grupo dos que acreditam que toda atividade mediúnica é coisa do demônio e que deve ser evitada a qualquer custo, sob pena daqueles que “mexem com essas coisas”, conforme dizem, irem para o inferno sofrerem punições por ousarem lidar com essa prática.
As pessoas desse grupo confundem a mediunidade com a magia negra, que é uma prática milenar que envolve o mediunismo voltado ao mal das pessoas, uma prática que infelizmente existe.
Como ignoram a diferença da prática da mediunidade como Jesus e os Seus apóstolos nos ensinaram, sobretudo pelo exemplo de vida, bem como por ações como a transfiguração de Jesus no Monte Tabor, em que ele dialoga com Moisés e Elias, dois Espíritos desencarnados, dentre outras passagens nas quais Jesus demonstra ser o Médium de Deus.
Nos Atos dos Apóstolos há descrições de inúmero fatos mediúnicos envolvendo os apóstolos a começar pelos eventos ocorridos em pentecostes, demonstrando ser a mediunidade uma prática usual nos primeiros tempos do Cristianismo, como acontece hoje nos Centros Espíritas, que têm como objetivo principal reviver o Evangelho de Jesus e as práticas cristãs dos primórdios do Cristianismo nascente.
Existe outro grupo que acredita que a mediunidade é algo sobrenatural, sendo os médiuns verdadeiros semideuses infalíveis, e que tudo que provenha deles é a pura expressão da verdade. As pessoas que acreditam nisso são muito místicas e desconhecem o que é ser médium e o significado da mediunidade. Muitas pessoas que participam do Movimento Espírita estão nesse rol, tornando os médiuns verdadeiros mitos.
A mediunidade nem é um ato demoníaco, nem tampouco um passaporte para a perfeição espiritual. Trata-se de uma faculdade que um Ser Humano pode ser dotado para que possa desempenhar uma tarefa de autoesclarecimento e, por extensão, de esclarecimento daqueles que partilharão da sua tarefa como médium.
O médium é, por isso, uma pessoa comum que se destaca das demais por ter um sexto sentido mais aguçado, fato que lhe possibilita a percepção em maior intensidade da dimensão espiritual, mas que, como diz Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, todas as pessoas possuem em maior ou menor grau.
A Doutrina Espírita tem como objetivo disciplinar o fenômeno mediúnico, que não foi criado por ela, mas que existe desde todo o sempre. A prática mediúnica somente pode ser disciplinada quando trabalhada à luz do Evangelho de Jesus.
Segundo o Espiritismo todo médium está em uma tarefa de se autoevangelizar, constituindo-se a atividade mediúnica em uma grande oportunidade de autoconhecimento e autotransformação, quando o médium desenvolve as suas tarefas sempre tendo Jesus como modelo e guia e Allan Kardec como o instrutor imprescindível para o bom êxito de sua atividade.
 

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