Alírio de Cerqueira Filho
A maioria das pessoas leigas quando ouve falar de mediunidade tem reações diversas.
Existe
o grupo dos que acreditam que toda atividade mediúnica é coisa do
demônio e que deve ser evitada a qualquer custo, sob pena daqueles que
“mexem com essas coisas”, conforme dizem, irem para o inferno sofrerem
punições por ousarem lidar com essa prática.
As
pessoas desse grupo confundem a mediunidade com a magia negra, que é
uma prática milenar que envolve o mediunismo voltado ao mal das pessoas,
uma prática que infelizmente existe.
Como
ignoram a diferença da prática da mediunidade como Jesus e os Seus
apóstolos nos ensinaram, sobretudo pelo exemplo de vida, bem como por
ações como a transfiguração de Jesus no Monte Tabor, em que ele dialoga
com Moisés e Elias, dois Espíritos desencarnados, dentre outras
passagens nas quais Jesus demonstra ser o Médium de Deus.
Nos
Atos dos Apóstolos há descrições de inúmero fatos mediúnicos envolvendo
os apóstolos a começar pelos eventos ocorridos em pentecostes,
demonstrando ser a mediunidade uma prática usual nos primeiros tempos do
Cristianismo, como acontece hoje nos Centros Espíritas, que têm como
objetivo principal reviver o Evangelho de Jesus e as práticas cristãs
dos primórdios do Cristianismo nascente.
Existe
outro grupo que acredita que a mediunidade é algo sobrenatural, sendo
os médiuns verdadeiros semideuses infalíveis, e que tudo que provenha
deles é a pura expressão da verdade. As pessoas que acreditam nisso são
muito místicas e desconhecem o que é ser médium e o significado da
mediunidade. Muitas pessoas que participam do Movimento Espírita estão
nesse rol, tornando os médiuns verdadeiros mitos.
A
mediunidade nem é um ato demoníaco, nem tampouco um passaporte para a
perfeição espiritual. Trata-se de uma faculdade que um Ser Humano pode
ser dotado para que possa desempenhar uma tarefa de autoesclarecimento
e, por extensão, de esclarecimento daqueles que partilharão da sua
tarefa como médium.
O
médium é, por isso, uma pessoa comum que se destaca das demais por ter
um sexto sentido mais aguçado, fato que lhe possibilita a percepção em
maior intensidade da dimensão espiritual, mas que, como diz Allan Kardec
em O Livro dos Médiuns, todas as pessoas possuem em maior ou menor
grau.
A
Doutrina Espírita tem como objetivo disciplinar o fenômeno mediúnico,
que não foi criado por ela, mas que existe desde todo o sempre. A
prática mediúnica somente pode ser disciplinada quando trabalhada à luz
do Evangelho de Jesus.
Segundo
o Espiritismo todo médium está em uma tarefa de se autoevangelizar,
constituindo-se a atividade mediúnica em uma grande oportunidade de
autoconhecimento e autotransformação, quando o médium desenvolve as suas
tarefas sempre tendo Jesus como modelo e guia e Allan Kardec como o
instrutor imprescindível para o bom êxito de sua atividade.
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