Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos,
esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas
ao pão e a vestimenta.
Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar
corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que
assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário
a sua sublimação.
Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes
relegam a alma a lamentável abandono.
A vadiagem na rua fabrica delinqüentes que acabam situados no
cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no reduto
doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que em
muitas ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de
evidência, atravessam largas faixas do século, espalhando miséria
e sofrimento, sombra e ruína, com deplorável impunidade à frente
da justiça terrestre.
Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos impulsos da
natureza animalizada.
Recorda que todos nós achamos em processo de educação e
reeducação, diante do Divino Mestre.
O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura,
todavia, não podemos esquecer "que nem só de pão vive o homem".
Lembremo-nos da nutrição espiritual dos meninos, através de nossas
atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno, de vez
que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de hoje, será
condena-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se
responsabilizará amanhã.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Lição 20. Rio de Janeiro, RJ: FEB.
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