O delegado de polícia Isadino José dos
Santos, apresentador do Programa Espiritismo e Segurança Pública na Rede
Boa Nova de Rádio, fala à cerca da Pena de Morte, da lei humana e da
lei divina. Assevera Isadino que uma das grandes preocupações da
sociedade em todo o mundo, e mais especificamente no Brasil no que diz
respeito à segurança pública, é o crescente aumento da violência.
RBN: O que os dirigentes no Brasil pensam sobre a pena de morte?
Isadino dos Santos:
Em razão dessa exigência, diversas propostas vêm sendo apresentadas
como solução para o problema, e, dentre elas, uma que tem causado muita
polêmica, é a elaboração e legalização em nosso país, de uma lei que
preveja a eliminação de todos os delinquentes considerados violentos e
irrecuperáveis para a sociedade, os quais deverão ter suas mortes
antecipadas, ou seja, a aplicação da pena de morte. Algumas pessoas, por
incapacidade no aprofundamento do raciocínio, mesmo dizendo-se cristãs,
mas, numa cabal demonstração de desconhecimento dos princípios éticos e
morais, defendem essa drástica medida a ser tomada contra os
criminosos, justificando que, por estarem agindo em nome da defesa
social, os fins justificam os meios.
É a violência gerando violência... ?
O que vem a ser a violência senão o
instinto animal remanescente no ser humano? Trata-se, portanto, de um
impulso inconsciente que leva o indivíduo a romper todas as barreiras
que se anteponha à satisfação de suas necessidades. Analisando a questão
sob o ponto de vista cristão, vamos verificar que o raciocínio claro e
não entenebrecido pelo ódio mostra que a violência deve ser eliminada do
comportamento humano de qualquer maneira, mas jamais eliminando para
isso o próprio ser humano.
Isso, porém, não significa que o
individuo que pratica delitos deva permanecer impune. Todo aquele que
comete crimes, tem que responder pelos seus atos, ou seja, precisa ser
temporariamente afastado da sociedade, até mesmo para evitar que
continue reincidindo na prática delituosa, mas, essa medida há ser
tomada através de punições justas e humanas, e que, apesar de lhe
segregar do convívio social, a pena imposta venha lhe proporcionar
condições para refletir, arrepender-se do mal que praticou, reparar o
seu erro e depois de readquirir as condições necessárias, poder tornar a
fazer parte da sociedade.
E como fica a Lei da Terra diante da Lei Divina?
Sabemos que a lei humana, de acordo com o que preceitua a Doutrina dos Espíritos, só poderá ser perfeita se tiver alicerçada nas leis naturais. Se um dos Mandamentos da Lei de Deus é “não matarás” fica patente que uma norma em que o Estado autoriza ceifar a vida de um dos seus elementos, jamais será perfeita, porque a vida é um patrimônio divino e, como tal deve ser preservada mesmo nos casos de punições mais severas, e assim sendo, não é dado ao homem o poder de conferir a outro o direito de matar o seu semelhante. Para o Espiritismo, portanto, a pena de morte nada mais é do que uma das inúmeras formas de destruição abusiva praticada pelo Estado, o qual, achando-se no direito de dispor da vida dos seus membros, coloca nas mãos dos seus órgãos o poder de matar, não para fazer justiça, mas sim como forma de vingança.
Qual a visão do Espiritismo diante da pena de morte?
A Doutrina Espírita nos assevera que
não existe nenhum ser humano voltado unicamente para a prática do mal,
todos têm algo de bom dentro de si, e, sendo assim, a conclusão que se
tem é que não existem criminosos incorrigíveis, e sim, incorrigidos,
todos, portanto são capazes de se emendar e progredir. Deus, na sua
misericordiosa e infinita bondade, por intermédio da reencarnação
concede ao espírito devedor a dádiva de reparar erros cometidos no
passado através de provas e expiações. Nos dizeres do professor Bismael
Moraes, matar o criminoso, ao invés de fazê-lo cumprir pena que lhe
permitiria a reflexão e a correção de sua vida, é cortar-lhe a
oportunidade de progredir; é um ato de vingança contrário a qualquer
princípio cristão.
Desse modo, a partir do momento em que o
homem, em nome de uma pretensa lei elaborada pelo próprio homem, ao
invés de ajudar aquele espírito em expiação a se redimir, pretenda
obrigá-lo a retornar compulsoriamente à espiritualidade, cerceando-o,
assim, da possibilidade que lhe foi concedida pelo Criador de resgatar
débitos anteriores, estará, também desrespeitando a lei divina.
texto do site rádio Boa Nova
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