O espiritismo ainda revela que este exercício é bastante difícil
visto que a maioria de nossos desejos está relacionada ao nosso passado
recente ou de outras existências, porém, deixa claro que desprender-se
não significa desistir de nossas intenções, daquilo que desejamos, ou
daqueles que amamos. Pondera que estas duas posturas – apego e
desprendimento é determinado pela energia que governa nossas vidas: a
primeira, motivada pelo ego e a segunda por nosso Homem de Bem, aquele
que conhece toda a potencialidade existente no Universo e os meios para
alcançá-la.
Bel César, psicóloga e psicoterapeuta, relata que o apego surge
quando atribuímos qualidades falsas ou exageradas a um objeto, situação
ou pessoa. Quando exaltamos as qualidades e negamos as imperfeições.
Ressalta que exageramos de tal modo que nos esquecemos que somos nós
quem atribui valores a este determinado “objeto”, nos esquecendo de tal
forma que chegamos ao ponto de acreditar que só alguém poderá nos
satisfazer, com isso, damos qualidades exageradas aos objetos, situações
e pessoas por acharmos que não podemos viver sem eles.
A psicóloga afirma que para mudar nossa atitude frente a um objeto
de apego, temos que mudar nossa maneira de nos relacionarmos com ele,
reconhecendo que estamos exagerando e, passar a não dar tanta ênfase a
situação a nossa volta. Ressalta que não podemos confundir desapego com
desinteresse pela vida, que desapego é ter a capacidade de relacionar-se
com mais espaço, flexibilidade e liberdade. Esclarece que o antídoto do
apego é a mente que entende o processo educacional da alma, que é
aquele que deixa de acumular posses que não o faz melhor e que nem faz o
mundo melhor. Lembra que todos temos que decidir, constantemente, se
algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam
melhor em outros lugares.
Bel César – Psicóloga, psicoterapeuta. Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento por meio de Movimentos Oculares. Autora dos livros “Viagem Interior ao Tibete”, “Morrer não se improvisa”, “O livro das Emoções”, “Mania de sofrer” e “O sutil desequilíbrio do estresse”, pela editora Gaia.
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