quarta-feira, 4 de julho de 2012

Relações Humanas No Centro Espírita


por Xerxes Pessoa de Luna 

Na dinâmica de funcionamento de uma Instituição Espírita, um dos elementos fundamentais a ser considerado é, indubitavelmente, o relacionamento humano interpessoal de seus integrantes, pois sendo a Casa Espírita um ambiente de paz, fraternidade, concórdia e amor, está a exigir de todos nós uma postura comportamental compatível com estes requisitos, a fim de que suas finalidades junto à criatura humana não venham a ser comprometidas por qualquer tipo de desarmonia.

A ausência de testemunho, neste sentido, poderá abalar a unidade da Instituição, além de enfraquecer a ação transformadora espírita desenvolvida pela Casa; daí devermos envidar todos os esforços no sentido de que nossa convivência com os companheiros de jornada se faça sempre de forma saudável, pois é inconcebível que, por questões de ordem pessoal, muitas vezes motivadas pelo orgulho e a vaidade, comprometamos os bons serviços prestados pela Casa junto a nossos irmãos encarnados e desencarnados.
Sabemos que todos os trabalhadores de um Centro Espírita são criaturas animadas do desejo comum de bem servir à causa do Cristo à luz dos preceitos espíritas, entretanto, também é sabido que cada um traz consigo suas realidades e experiências individuais e isto, por vezes, constitui motivo de discordância no grupo de trabalho.

Todavia, na qualidade de espíritas, deveremos estar atentos para o fato de sermos cada um de nós seres em diferentes faixas evolutivas e que estas diferenças são situações naturais que não devem servir de pretexto para nos separar e sim para nos unir em nossos propósitos de crescimento individual e coletivo, na medida em que nos auxiliamos uns aos outros.
Neste sentido, o exercício da paciência, da humildade, do respeito aos sentimentos alheios, do controle emocional, da cortesia, da disciplina e de tantos outros valores nobres da alma humana se faz imperativo.

É muito natural que num grupo de trabalho as pessoas discordem, contudo, essas discordâncias devem contribuir para o crescimento do grupo e não para seu esfacelamento. Se assim agirmos aboliremos de uma vez por todas, nessas ocasiões, as figuras dos vencidos, dos vencedores e dos melindres, pois que prevalecerá o bom senso, a unidade da Casa e a coerência doutrinária.
Nos momentos em que os conflitos se fizeram inevitáveis, mantenhamos a serenidade, a ética e o respeito humano, buscando sempre, no diálogo, o entendimento, a concórdia e, acima de tudo, mantenhamo-nos fiéis à causa e à Casa que nos acolhe, preservando-as sempre de quaisquer danos.

Atentemos para o conselho do apóstolo Paulo (Efésios, 4:1-3):
"Exorto-vos a que leveis uma vida digna da vocação a que fostes chamados, com toda humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros na caridade. Esforçai-vos por preservar a unidade do Espírito no vínculo da Paz."

Urge que nós, espíritas, paremos e reflitamos acerca da forma de nos relacionarmos uns com os outros em nossas Instituições. Não nos esqueçamos de que a reforma cristã do homem é a grande meta espírita. Fazê-lo feliz, justo, fraterno, amoroso e bom consigo mesmo e com seu semelhante é o objetivo de toda Casa Espírita; daí devermos envidar todos os esforços no sentido de que em nossas searas de trabalho o clima de convivência humana esteja sempre em consonância com tão nobres propósitos doutrinários a fim de que Nosso Senhor Jesus Cristo, ao chegar, encontre a obra pronta.

Fonte: revista Reformador, da FEB, de março de 1997

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